nas tribos da cidade '

-

11/02/2009

CasTas - Hierarquia Hindu


Em Bali há  muitos sorrisos andando pelas ruas, até  porque  dizem que se o rosto sorrir  a mente também.
 Aconselham mentalizar uma lembrança boa em   situação   difícil. Do mal do real para o bem  da lembrança da mente. Sendo assim  o sorriso virá acompanhando a mente. Difícil acreditar que a mente pode  restaurar uma lembrança boa  num cotidiano de jugos.  O principal deles é o julgo da hierarquia   das  castas   da filosofia Hindu
 Sendo em  Bali a imposição   mais leve   do que o hindu  da India , dando o  direito  de  mudar  a profissão. Mesmo assim  é dificultoso  para   os de casta baixa melhorarem  de  vida ,  devido ao fato que em Bali  as políticas públicas  , praticamente ,  não  existem.  Somente o  turismo tem possibilitado esta mudança ecônomica na vida do balinês de casta baixa.  
A hierarquia das  castas    marcam  os  nomes . O filho de uma mãe   da casta alta a chama de : IBU . O  filho da  casta baixa: MEME. Comentei para uma mãe  da casta baixa  o que aconteceria se sua filha a chamasse de IBU .  Disse que a criança seria repreendida por todos que  a ouvissem   chamar: IBU.
 Fui   saber   de um balinês o que ele achava das castas  e onde elas estavam distribuidas na sociedade atual. Uma vez que é uma estruta de sociedade organizada pelo hinduismo  no  tempo “ medieval “ de Bali.
Conversando com um jovem balinês . Perguntei para  ele o que achava das castas .

Me disse; - Egoísta, porém necessaria.
Eu :  - Necessária porque?
Ele: - Devido a nossa origem na terra da família do Pura ( Templo Hindu).
Eu: - De que casta voçê é?
Ele: - Da normal.
Eu: - Qual é a normal?
Mostrou a    mão    arrumada com os dedos fazendo  quatro    e apontou ; a ultima.
Ele: - A normal.
Eu: - Tem quatro  castas ? Fiquei sabendo de três!?
Ele: - Não. Tem quatro.
Perguntei a ele onde as pessoas das castas trabalhavam  na sociedade atual.
Ele: - Os  brâmanes      ( sacerdotes) , ficam cuidando do Pura   e são   responsáveis pelas cerimônias e não podem tomar arak ( bebida alcólica tradicional de Bali feita de arroz). Os Satrias são “ os inteligentes” : professores , médicos , engenheiros  profissionais liberais . São  os que estudam .Os Gusti (Wesias) são  patriotas trabalham na polícia  nas instituições  do governo. E a casta normal trabalha na construção ,  de guarda ,  de  faxineiro ,  de  vendedor ambulante   , nos arrozais.
Eu: - Mas  você  pode estudar e se tornar Doutor  sendo da casta normal?
Ele: - Pode , Mas na familia do Pura   sempre vou ser da casta normal. Mas não dá pra mim estudar e ser Doutor .  Tem problema na familia.

Quando ele diz que tem problema na familia , quer disser que algum antepassado dele cometeu algum erro , e que agora eles estam pagando. Este erro e julgado  no Pura.  Dependendo do erro pode ocorrer a perca da terra (casa) . Castigo de muita  humilhação  para um Balinês ; não  ter terra  e viver fora da comunidade.  Ficando assim a familia em extrema pobreza.  Hoje  não  é tão frequente estes castigos radicais.  Tudo vai depender  do julgamento  do BANJAR ( associação de moradores) .
Continua.

Ele: - Tenho problema na família .   Tenho que trabalhar todos os dias para comprar comida para meus irmãos não  tenho dinheiro para estudar . Estou cansado. Percebi que ele começou  ficar aborrecido com perguntas sobre sua casta . Então   perguntei  sobre os  brâmanes ( sacerdotes)
Eu: - Com que dinheiro os       brâmanes    sobrevivem ?
Ele: - Eles são como os pastores  das igrejas , eles não  trabalham na construcão do Pura nem  na limpeza , só fazem cerimonias.
Eu: - Conheço   pastores no Brasil que trabalham na construção. Tem um que ele mesmo constriu a igreja.
Ele:  - Como eu!
Ele entendeu que entre os pastores tem castas   e pastores da casta menor trabalham na constução   . Afirmou  que ele era como os Pastores da construção. Porque os da casta normal constroem  os Puras e cuidam da limpeza .
Eu: -  Não é  isto. Ele costruiu a igreja porque  ele sabe e gosta  de costruir.

Ele me olhou  com olhos muitos surpresos e pensantes.
Ele: - He?!
Eu : - He! Como os  brâmanes      pagam a vida?
Ele: - Assim : Como na tua casa . A sua vizinha , por exemplo ,  construiu um consultório médico. Os Satrias ( nome das pessoas da casta alta)  desenham a costrução    ( engenheiros e arquitetos) , os normais trabalhan na costrução  . Esta é  a parte terrena. Ai quando está  pronto.  O Doutor  que é  um Satria também .  Vai até o Pura e chama os   brâmanes     para abençoar o consultorio. Para  fazer uma cerimonia de inaguração   .  Está  é a parte espiritual  que só os   brâmanes     podem fazer.
Eu: - Então   eles pagam para    brâmanes      para fazer cerimonia?
Ele: - Não.  Não é bom.
Eu: Então  como  eles vivem?
Ele: -A familia que a convidou dá  uma contribuição para ele. Lembra daquele cartaz pendurado na porta da  entrada  do  escrito com letras do alfabeto balinês?
Eu: - Lembro.
Ele: - Então  aquele cartaz quem colocou foi o    brâmanes      na cerimônia de inaguração     . O cartaz tem a escritura da  casta da  familia dos Satrias do Pura no qual a familia pertence. Além da indentificação       da casta da familia  .  Serve também para espantar os maus espíritos. Este consultório médico , no qual ele se refere como exemplo, foi construído na frente de casa . Certa noite este balinês foi em minha casa , buscar a bicicleta de sua namorada. Então    sentamos no muro , - que e em frente do consultório , - e batemos um papo .
Mostrei pra ele  uma pequena bandeira  branca  com desenhos de traços finos e letras balinesa   pendurada na porta ( Tem todas  as portas das casas dos balineses ). Perguntei o significado.  Ele tentou me explicar . Naquela noite não  entendi . 
A  vizinha  ( mãe do médico ) se  aproximou na curiosidade de saber quem era que estava comigo. Apresentei  Sindu. Da parte dela  senti um estranhamento esnobe como   se   ele   não fosse balinês. Conversaram  , em balinês ,   meio estranho . Ele  falou bem firme  olhou bem nos olhos dela. Na língua balinesa tem quatro níveis. Quando um da casta alta encontra com um da casta baixa  . Ele usa um vocabulário aspero  é  o da  casta baixa não  olha nos olhos e responde  de vocalário  submisso.
Depois ela ( mãe do médico) me falou  que Sukawati ( cidade em que Sindu mora)  , não  era boa  e  que os moradores de lá  são  de pele escura e pobres.
Voltando. Depois deste papo. Sindu empenhou – se em fazer umas graças . Rimos. Depois tomamos  chá.









Nenhum comentário:

Postar um comentário