Em Bali há muitos sorrisos andando pelas ruas, até porque dizem que se o rosto sorrir a mente também.
Aconselham mentalizar uma lembrança boa em situação difícil. Do mal do real para o bem da lembrança da mente. Sendo assim o sorriso virá acompanhando a mente. Difícil acreditar que a mente pode restaurar uma lembrança boa num cotidiano de jugos. O principal deles é o julgo da hierarquia das castas da filosofia Hindu
Sendo em Bali a imposição mais leve do que o hindu da India , dando o direito de mudar a profissão. Mesmo assim é dificultoso para os de casta baixa melhorarem de vida , devido ao fato que em Bali as políticas públicas , praticamente , não existem. Somente o turismo tem possibilitado esta mudança ecônomica na vida do balinês de casta baixa.
A hierarquia das castas marcam os nomes . O filho de uma mãe da casta alta a chama de : IBU . O filho da casta baixa: MEME. Comentei para uma mãe da casta baixa o que aconteceria se sua filha a chamasse de IBU . Disse que a criança seria repreendida por todos que a ouvissem chamar: IBU.
Fui saber de um balinês o que ele achava das castas e onde elas estavam distribuidas na sociedade atual. Uma vez que é uma estruta de sociedade organizada pelo hinduismo no tempo “ medieval “ de Bali.
Conversando com um jovem balinês . Perguntei para ele o que achava das castas .
Me disse; - Egoísta, porém necessaria.
Eu : - Necessária porque?
Ele: - Devido a nossa origem na terra da família do Pura ( Templo Hindu).
Eu: - De que casta voçê é?
Ele: - Da normal.
Eu: - Qual é a normal?
Mostrou a mão arrumada com os dedos fazendo quatro e apontou ; a ultima.
Ele: - A normal.
Eu: - Tem quatro castas ? Fiquei sabendo de três!?
Ele: - Não. Tem quatro.
Perguntei a ele onde as pessoas das castas trabalhavam na sociedade atual.
Ele: - Os brâmanes ( sacerdotes) , ficam cuidando do Pura e são responsáveis pelas cerimônias e não podem tomar arak ( bebida alcólica tradicional de Bali feita de arroz). Os Satrias são “ os inteligentes” : professores , médicos , engenheiros profissionais liberais . São os que estudam .Os Gusti (Wesias) são patriotas trabalham na polícia nas instituições do governo. E a casta normal trabalha na construção , de guarda , de faxineiro , de vendedor ambulante , nos arrozais.
Eu: - Mas você pode estudar e se tornar Doutor sendo da casta normal?
Ele: - Pode , Mas na familia do Pura sempre vou ser da casta normal. Mas não dá pra mim estudar e ser Doutor . Tem problema na familia.
Quando ele diz que tem problema na familia , quer disser que algum antepassado dele cometeu algum erro , e que agora eles estam pagando. Este erro e julgado no Pura. Dependendo do erro pode ocorrer a perca da terra (casa) . Castigo de muita humilhação para um Balinês ; não ter terra e viver fora da comunidade. Ficando assim a familia em extrema pobreza. Hoje não é tão frequente estes castigos radicais. Tudo vai depender do julgamento do BANJAR ( associação de moradores) .
Continua.
Ele: - Tenho problema na família . Tenho que trabalhar todos os dias para comprar comida para meus irmãos não tenho dinheiro para estudar . Estou cansado. Percebi que ele começou ficar aborrecido com perguntas sobre sua casta . Então perguntei sobre os brâmanes ( sacerdotes)
Eu: - Com que dinheiro os brâmanes sobrevivem ?
Ele: - Eles são como os pastores das igrejas , eles não trabalham na construcão do Pura nem na limpeza , só fazem cerimonias.
Eu: - Conheço pastores no Brasil que trabalham na construção. Tem um que ele mesmo constriu a igreja.
Ele: - Como eu!
Ele entendeu que entre os pastores tem castas e pastores da casta menor trabalham na constução . Afirmou que ele era como os Pastores da construção. Porque os da casta normal constroem os Puras e cuidam da limpeza .
Eu: - Não é isto. Ele costruiu a igreja porque ele sabe e gosta de costruir.
Ele me olhou com olhos muitos surpresos e pensantes.
Ele: - He?!
Eu : - He! Como os brâmanes pagam a vida?
Ele: - Assim : Como na tua casa . A sua vizinha , por exemplo , construiu um consultório médico. Os Satrias ( nome das pessoas da casta alta) desenham a costrução ( engenheiros e arquitetos) , os normais trabalhan na costrução . Esta é a parte terrena. Ai quando está pronto. O Doutor que é um Satria também . Vai até o Pura e chama os brâmanes para abençoar o consultorio. Para fazer uma cerimonia de inaguração . Está é a parte espiritual que só os brâmanes podem fazer.
Eu: - Então eles pagam para brâmanes para fazer cerimonia?
Ele: - Não. Não é bom.
Eu: Então como eles vivem?
Ele: -A familia que a convidou dá uma contribuição para ele. Lembra daquele cartaz pendurado na porta da entrada do escrito com letras do alfabeto balinês?
Eu: - Lembro.
Ele: - Então aquele cartaz quem colocou foi o brâmanes na cerimônia de inaguração . O cartaz tem a escritura da casta da familia dos Satrias do Pura no qual a familia pertence. Além da indentificação da casta da familia . Serve também para espantar os maus espíritos. Este consultório médico , no qual ele se refere como exemplo, foi construído na frente de casa . Certa noite este balinês foi em minha casa , buscar a bicicleta de sua namorada. Então sentamos no muro , - que e em frente do consultório , - e batemos um papo .
Mostrei pra ele uma pequena bandeira branca com desenhos de traços finos e letras balinesa pendurada na porta ( Tem todas as portas das casas dos balineses ). Perguntei o significado. Ele tentou me explicar . Naquela noite não entendi .
A vizinha ( mãe do médico ) se aproximou na curiosidade de saber quem era que estava comigo. Apresentei Sindu. Da parte dela senti um estranhamento esnobe como se ele não fosse balinês. Conversaram , em balinês , meio estranho . Ele falou bem firme olhou bem nos olhos dela. Na língua balinesa tem quatro níveis. Quando um da casta alta encontra com um da casta baixa . Ele usa um vocabulário aspero é o da casta baixa não olha nos olhos e responde de vocalário submisso.
Depois ela ( mãe do médico) me falou que Sukawati ( cidade em que Sindu mora) , não era boa e que os moradores de lá são de pele escura e pobres.
Voltando. Depois deste papo. Sindu empenhou – se em fazer umas graças . Rimos. Depois tomamos chá.
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