nas tribos da cidade '

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08/02/2010

CaMInhAMoS...



" Levanta ! pega a sua cama e anda."

Uma coisa fico sabida , na cabeça , nesta terra do nosso Senhor. Quando o homem está na pior é que Deus humilha os arrogantes é quando o homem está na boa é que Deus exalta os humildes . Mas isto está na boca da gente; não de Deus. 
Mas também não é disto que quero falar. Eu quero andar na praia. Já faz tempo. Esta minha vida capitalizada trabalhada de manha até a noite da uns dinheiros pra gente ; tira algumas coisas da gente.
Eu quero caminhar na praia de Sanur , a mais perto de casa .  
Caminhar na areia  A sensação nos pés.

Caminhando… Olha só quem encontrei ! Uma vez o Literato Candido me disse , num desses encontros , nas bibliotecas da vida , em deveres literários , que você gostava de caminhar toda tarde , após o trabalho , na quadra da sua casa com a sua esposa de mãos dadas . Achei legal! Mas confesso que achei um pouco monótono. Ouso dar a idéia de as vezes mudar de quadra ; ao menos. Mas isto sou eu . E preciso respeitar as diversidades.

Seguimos batendo um papo. Me lembro bem …. Daquela que você disse . Que disser!
" A borboleta negra entra no quarto é o homem se sente terrivelmente incomodado é não se aquieta até mata – lá. Depois da missão cumprida senta –se na cama e pensa;  - Se a borboleta fosse azul eu teria matado?

 Estou aqui na terra da gente cor de chocolate , como eles mesmo dizem . Todos são . Todos negam ser. Minha cabeça custa a entender a razão de ser. Sempre me dizem para não sair no sol pra não ficar escura ; se não vou ficar feia. Quem me fala não é branco. Será que se acham feios?
Tem livros aqui que falam que são as idéias das gentes colonizadoras brancas da Europa.; que tinham que ter um argumento para se apoiar na fisura de escravos culturais. Tem também as questões  da religião que exalta os deuses brancos.

Caminhamos Machado. Caminhamos… Pego mais uma conchinha. Sim ! Chame Davi ; que toque a harpa e espante os demônios de Saul. Esta foi muito boa. Quando meus olhos leram estas letras na sua obra … Quantas semânticas em poucas palavras! Quem sabe te entende.



Vamos sentar um pouco aqui. Perto dos barcos. As dez horas da manhã o sol começa a queimar as idéias. Vamos descansar um pouco ; fechar os olhos ouvir a voz do mar. Abrir os olhos ver o azul do mar. Exercício para os olhos faz bem para o pensar.

Olhe! João Cabral. Venha se achegue nas idéias e descanse na sombra do pensar. Você sempre reclama da dor na cabeça e afirma que são inquietações poéticas uma coisa de Drummond ; as dores do Mundo.
Te digo que aqui também tem muitos Severinos de canela fina mas de cabeça redonda. Muitos . Filhos da mesma Wayan , ketut ; Komang. Também morrem aos poucos a cada dia;
Um pouco de cansaço;
Um pouco de fome;
Um pouco de sede;
Aos poucos seca a gordura da carne. Resta a pele o osso para o sustento do andar . Olhos saltados carregando alguma coisa na cabeça , alguma coisa nos ombros. Seguindo a mesma linha.
Parece que a cabeça não pensa apenas repetem os movimentos do trabalhar na finalidade de ter comida , água e um teto pra não chover.
São olhos sem esperança perdidos inquietos procurando ; uma saída. As vezes são fixos em um ponto oculto que não se sabe a que distancia está a profundidade do olhar.

Minha cabeça também dói. E melhor pensarmos em outra coisa. Fujamos da realidade. Existem realidades boas . Pensemos nelas! Mas se pensarmos muitos nelas fugimos da realidade.
Nesta vida há de se ter equilíbrio. Lembrei de você  das lágrimas equilibristas. No difícil exercício de não cair esborrachada no chão.




Vamos caminhar pelo mar ; nas águas rasas.
Pisar o mar.


Outra coisa fico sabida nesta terra do nosso Senhor. Quem não tem fome tem nojo.
Caminhamos ...
A sensação nos pésé bom.



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