nas tribos da cidade '

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17/10/2010

Assim como a ciência  descobriu  que o poder do próprio sol está dentro do átomo , também a religião proclama que a gloria do  eterno está nas coisas mais simples  da vida  ; (...)
( Dallas Willard : A conspiração Divina)   




Eu tão só eu.
Dentro  de mim mesma.
Pisando na poeira de mim mesma.
Na cabeça de mim mesma.
Expressionista : de dentro pra fora.
Impressionista: de fora pra dentro. 
Hei  de sentir o mundo.


No aeroporto de Singapura: 
Singapura é  o país   que está  acima da Indonésia próximo da ilha de Sumatra. E pra lá que tem que ir para renovar o visto.
Na verdade pode ir para qualquer país , para renovar o visto , desde que saia da Indonésia.
Em geral a preferência é de Singapura pela estrutura do  aeroporto. No pais vivem Chineses, malaios e Indianos.
Não há problemas entre os 3 povos. Cada um vive na em seus bairros com suas  línguas  , religiões e tradições . E todos falam inglês.
No  aeroporto  se vê os três povos trabalhando  ;  que tem uma estrutura de fazer inveja pra Europa.  Quem viaja pela Ásia e Mundo faz questão de parar no aeroporto de Singapura e  passear  pelos bairros Chinês e Indiano.
 O metro de ultima moda , é uma cidade subterrânea .  Fala inglês , malaio ( indonésio) chinês e Indiano. Como tudo em Singapura.

Na hora de pagar : tudo computorizado , digital . Na máquina moderna aparece todo o mapa da linha do metro . Toca no destino. A máquina  passa  o preço. Coloca o dinheiro ela te devolve o troco.
Tudo muito limpo , bem organizado , sinalizado.  Não  tem como se perder.
Eu fui  no Bairro Indiano  que chamam de “Little Índia” .  Peguei o ônibus de turismo  , que tem de grátis para os passageiros que fazem ponte aérea. Fui até  roda gigante maior do mundo.   A galera   do ônibus foi  na roda gigante.
 Eu de bolsa de lado óculos maior que a  na cara. Fui.
Fui reto até o sinal   atravessei reto de novo  , atravessa a rua e desce a escada subterrânea que vai no metro  rumo a “  Little India“.

Como sabia? Pedia informação para os malaios .  Eles falam Indonésio.  Ou os indonésios falam malaio?
A língua da  Indonésia veio da Malásia o que difere um pouco é o sotaque e poucas palavras é como se fosse o português do sul  comparado com o  português do nordeste.
Foi engraçado. Quando eu falava indonésio  eles me olhavam admirados  e diziam : - Você fala Malaio!?
Eu: - Não. Eu falo bahasa indonésia.
Outros:  - Você é de Jacarta?

O malaio que trabalha de guardar as malas  me disse que anos de trabalho no aeroporto  é a primeira vez na vida que  sabe de uma brasileira que fala malaio . Como ele achava graça.
Depois de  descer 3 vezes de um metro pra outro metro cheguei  na  Little Índia.   No final da tarde.
Uma simpatia. Os indianos com suas roupas. As ruas coloridas , decoradas Cheia de luz. Todo mundo na rua bebendo comendo  alguma coisa.  Batendo um papo. Uma pracinha lotada. Comercio de roupas e artes da Índia . O comercio e as casas são baixas no meio dos altos prédios dos vizinhos  dão visual impressionante.

A noite voltei  para o aeroporto. Sentada . Descansando as canelas. Vendo as gentes do mundo com suas modas pra lá pra cá.
Me veio os seguintes pensamentos. Veja bem. Defini Singapura como uma pessoa bem resolvida. O país deve ter lá seus defeitos  mas resolvido. O incrível é que uma pessoa  pode revelar as condições do seu país nas pequenas coisas.

 Do meu lado do banco estava uma chinesa  lá  por volta dos 50 muitos  anos. Agarrada na bolsa do colo  , outra no chão . De quando em quando abria tirava isto tirava aquilo  envolta de plástico. Depois colocava de novo. Abria zíper. Fechava zíper. Puxou papo.  Eu  falo pouco inglês . Entender inglês  com sotaque de chinês. Aduh!
Perguntei: - Do you speak Indonesian?
Ela : - Sidikit ( pouco em indonésio)

Passamos para o diálogo em indonésio . Nós entendemos melhor. Pedi ajuda pra ela abrir uma garrafinha  de suco de laranja – não sei que acontece eu não consigo abrir as coisas.
Fiquei meio assim  ;  antes . Pedi pra uma pessoa mais velha abrir , por falta de forca de uma mais jovem. Lembrei que os chineses como japoneses.  Não aceitam a velhice como fraqueza trabalham até o último suspiro . Acreditam que a velhice traz sabedoria que  dá  forca.
Pedi ajuda. Ela não hesitou em me ajudar.  Colocou a bolsa no banco do lado . Lá  estava ela sentada do meu lado tentando abrir. Estava difícil mesmo.

Mudou de técnica  virou a garrafinha  segurou nas pernas.  Não deu certo. Olhou pra mim com cara de já sei. Tirou um lenço da bolsa e abriu . Toda orgulhosa me deu a garrafinha aberta.
Ofereci . Ela não quis. Ofereci pastelzinho doce de Bali. Ela se interessou. Aceitou. Arregalou os olhos e disse que na China tem parecido. Me contou   de quando pequena  de  como com  as mulheres da família faziam  pasteizinhos.

Cheia de gestos e articulações chego até levantar do banco pra me mostrar com mais clareza o tamanho da panela e como  se amassava. Normalmente quem convive com varias línguas é assim.
Perguntei se ela tinha nascido na China. Ela respondeu : Não! Eu  sei falar um pouco de malaio mas eu sou chinesa. Bem. Ou eu não falei direito ou ela não entendeu a minha pergunta. Falar outra língua e assim mesmo. Ficou por isto mesmo.

Tudo bem. Estes exemplos parecem bobos. Historinhas de Moral  do ensino fundamental.
Dois anos na Indonésia.
Na Indonésia  , normalmente é assim. Pedir  informação é uma loteria. Te dão informação errada ou dizem: Tidak tau. ( eu não sei)
Como? Você trabalha aqui! Não sabe? Então quem sabe?
Para uma solução tentam uma vez  se não dá da certo dizem: Tidak bisa. ( não dá) . Não  fazem nenhum esforço  físico ou mental para outra solução seja qual for o problema.

Então o que era  simples se torna um problemão que dá muita dor de cabeça.  O mais prejudicados são eles mesmos – isto que me custa entender.
Um fecha o caminho do outro com isto eles se bloqueiam fazendo com que o  país  , ainda,  enfrenta problemas da época medieval.

Eu moro  em Denpasar   que é a capital de Bali. Sendo a capital tem muito balineses do interior ,  das vilas , que vem trabalhar. Normalmente está imigração interna acontece  das vilas para o centro turístico de  Bali afim de trabalho.
Então estes tem que pagar uma quantia  em dinheiro  , além do aluguel ,  porque eles não são natural do lugar. Quem cobra é  o  Banjar ( tipo uma associação de bairro) , os homens (cinco) vestidos de preto entram  portão dentro. Com cara pra intimidar.
Perguntei para as pessoas de casa porque  os próprios balineses  estavam cobrando das gentes balinesas. Ele  me disse que eles trabalham  aqui. Ganham dinheiro aqui. Se não quiserem pagar eles que voltem para as vilas.

Acontece que esta  gente trabalham aqui  de salários baixos vida dura. Mora família de quatro pessoas  , ou mais ,  num quartinho e dividem a cozinha e banheiro com  todas as famílias dos quartos. Normalmente em péssimas condições.
Falei isto para as gentes de casa  ; Kasian saudara Bali ( Coitado dos irmãos balineses)
Os estrangeiros pagam também. Nunca pensei o quanto é difícil  dar   de Cesar o que é de Cesar.
E  assim é a Indonésia. Inventam leis absurdas para tirar dinheiro um do outro e não a lei que  os defendas porque todas agem assim um com o outro e vira uma cascata  causadora de tragédias e  infortúnios. Não sei o que é pra Indonésia  ética e moral.  Acho que é os 12 anos de prisão para a pornografia. Mas  assistem vídeos pornôs no you tobe e o assédio sexual  e liberado.


Fiquei sabendo do seguinte  caso . Um balinês foi gravemente furtado. Descobriu o ladrão com provas do crime. Foi na delegacia. Não fizeram caso porque quem roubou é de casta alta e  o furtado ; casta baixa.

Lembro  que Jesus foi comer na  casa Zaqueu - o cobrador de imposto de Roma. O traidor do seu próprio povo.  Tem que ter muito amor.

Eu , honestamente , gostaria de aniquilar todos os cobradores de impostos os exploradores  de Bali. Sonhei  , pela milésima vez , em ser Davi ( o da Biblia que  matou Golias ) . Aniquilar  todos os inimigos. Depois cantar e dançar a vitória. 
 Estou mais para Velho Testamento do que para o Novo. Me falta...  
Mesmo tendo consciência  do  que a luta  não é contra as pessoas. Me falta...

 Sei que não é bom ter pena. Porque o ocidente diz que ter pena é inferiorizar. Tenho pena da Indonésia. Tentei achar outro nome para tal sentimento ; não tem. Tenho pena de todas as gentes ; crianças e velhos.

Então porque você não vai morar em um pais estabilizado de moeda forte que preza a moral e  conduta?
Porque tem algo  dentro da gente. Que é maior que a gente; cresce, cresce... Vai além do entendimento das reclamações da gente. Preenche a gente. Protege a gente. Abre os olhos da gente para as coisas boas.  Faz feliz a gente no lugar que está. 

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