nas tribos da cidade '

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23/10/2011

Folhetim da Capital do Paraná





                                                    “ ... eu estava ali . Perto do lago; - saudades do sol forte ; pesa os olhos mudando a cor da pele".

Esta é a história de todas as histórias. De todas as gentes que passa pela frente. Sempre deixando algo. Na medida das psicologias: não adianta catequizar.


Cada qual com sua história. Cada um pode contar sua história. Mas não vale querer que a gente viva sua história; - que é passado até pra você . Imagine pra gente. Leva mal não. Da licença. Pro tempo da gente passar.


Por isto : todas as gentes; todos os lugares ; desta história . Não terão nomes . Pode dar o nome que quiser. No lugar que quiser.
Usarei pronomes. Aquela classe gramatical: que usa no lugar de nomes.


Os pronomes ocultos dão um pouco de trabalho; pra saber quem é. Mas com o tempo a gente aprende. Às vezes , na loucura gramatical a gente manda na cabeça dele um adjetivo bem feioso. Um objeto direto. Tem sujeitos que acreditam que é objeto indireto , e se perdem na ação verbal. Entre os subordinados e insubordinados. Contudo as ações verbais sempre definem o sujeito do predicado.
Havia :
A gente estava meio atrasado. Mas sempre tem um tempinho pra parar dar um oi e puxar um papinho. Cidade pequena é assim mesmo:

- E aí?
- E aí ?
- Beleza?
- Beleza!
- Tão tá!
- Tão tá!
Depois a gente se fala no faceboock.

Enquanto isto... No carro passando do lado.

O motorista: - Hoje está  assim; o homem só pensa em cerveja , mulher e dinheiro. Não tem mais fé em Deus.
O passageiro: - Pois é. Por isto a Europa está como está : Falida. As igrejas estão sendo alugadas virando boates, bibliotecas e shopping.
O motorista: - E olha que são igrejas construídas na Idade Media! De grande valor cultural ! ... da idade das trevas.
O passageiro: - Idade das trevas!? Agora sim ! que é a idade das trevas!
O motorista : - Não sabia que as igrejas tinha dono , que podia até vender!
O passageiro: - Dá é muito lucro... A Europa só pensa no euro. Só no euro.


Em algum lugar na cidade... Dois amigos  na mesa na calçada da padaria. No esplêndido deleito de apreciar movimentos e falar ; o mundo. Entre um copo e outro copo. Entre um degustar e outros.

Eis a Epístola :
- Mataram o ditador da Líbia?! Quantos anos no poder!
- Pois é ! ele chamava os “rebeldes” de ratos... Morreu como um.
- Na ditadura sempre serei “rebelde” .
- Também.
- Imagina nós lá na ditadura militar lutando contra . Cantando:
Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento,
No sol de quase dezembro
Eu vou... Eu vou. Porque não? !!

- Sei – lá ! ... Se a gente se embalasse na outra turma : no som do Roberto Carlos : Quero meu Cadilaque ; bibi!!!
- Verdade! Com jaquetas de couro , gel no cabelo fazendo tipo de Elvis !!!
- Nas discotecas , moda vinda da America. Dançando : é que tudo mais vai pro inferno...
- Viro Rei. O rei Roberto Carlos!
- E a galera do lenço sem documento?! Deram inicio a uma revolução política que teve êxito no Lula- lá- lá. No ABC . Diretas já!
- Foi Dimais! Sem dúvidas !
- Muitas mortes; exílios ; mães com , filhos sumidos , coração partidos ; manipulação da mídia e tal..
- Pois é. E o rei continua ; todo final de ano.
- Com a Rainha Xuxa!

Depois dos falares das crises existências daqui de acolá.
Passa uma moça lindamente maquiada e escovada . Sacolejando em cima do salto num trabalho de equilibrista da calçada.
- Que você acho.
- Bonitinha.
- Muita maquiagem ...
- É. Esta hora...
- Antes de me casar eu vou levar a moça pra praia. Para um banho no mar , pra ver como ela é.
- Sábia decisão!
- Você viu a letra do fank da novela das oito? Da filha do pai violento? ! Assim:“eu odeio redação, mas rebolo até o chão (…) Reprovada no provão, tirei 10 no popozão”
- Aí a mãe dela entra no show toda orgulhosa dizendo ;  é minha filha , é minha filha !!! toda orgulhosa.
- Na boa. Se minha filha vestisse aquelas roupas e ficasse rebolando daquele jeito... Ficaria de cara! Igual o pai dela da novela.
- Globo é você : TUDO A VER.
- Lá vem... o sujeito.
- Se prepara.



Na batalha espiritual, nós não temos apenas que lidar com a "demonização" da sociedade, mas também com a "demonização" do sagrado. Cabe a nós, hoje e sempre, ver se a Igreja continua confessando que Jesus veio em carne para destruir as obras do diabo, ou se ela agora já se contenta com o fato de que ela mesma se tornou um fim em si mesma. Caio Fabio – Obra : Batalha Espiritual -





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